quinta-feira, 28 de julho de 2011

Despersonalização (comentário 2)

Persona - a máscara, é o véu com que nos cobrimos quando viemos à manifestação: o trabalho de Ísis, a Sacerdotisa, é o de retirar todos os véus para que apenas o rosto brilhe. Não temas o teu próprio rosto, ó Sacerdotisa, pois ele é a Chama brilhante que vem de Deus.

Desmascarar - eis a tua missão. Desmascarar a treva e os que a cultuam: desmascarar as manhas de Satã que te quer fazer acreditar que não existe. Desmascarar as sombras com que Eva vestiu a humanidade. Desmascarar a tua própria torpeza - pois que te engana Satã quando te faz crer que já atingiste a perfeição. Sabe: ainda muito, muito longa é a tua caminhada. Penetrar os véus da senhora para encontrar a sua própria Verdade - eis a Prova!

Despersonalizas-te quando cessas de pensar em ti e te dás, sem incluíres a mente nesse acto! Pois a mente, lembra, é que destrói a Verdade.

Se queres seguir a Nosso Senhor Jesus Cristo, é forçoso que abandones tudo e, mais que tudo, te abandones a ti própria, para unicamente seguir a Sua Inebriante Luz.

Com a força da ausência de si própria é que a Sacerdotisa regenera toda a doença e todo o mal. Tão cheia de ti, como ainda estás, como pensas que curarás?

Um dia serás tão só ausência pura,
E feita névoa iluminada a tua alma
Voarás desnudada pelo céu.
Então onde tu fores estará a calma,
Onde estiveres estará a Luz do Eu.~

E não mais habitarás a veste escura
Em que as asas do Anjo se implantam.

Enfim serás a rósea nuvem da doçura
E duas mãos que à Deusa se levantam.

Maria (mater)

Despersonalização (comentário 1)

Sem Morte não existe Nascimento. Se quereis nascer como Sacerdotisas, tereis de morrer como mulheres.

Morrer como mulher não significa negar o feminino, mas antes transcendê-lo e vivenciá-lo naquilo que possui de mais sublime e mais sagrado: o Amor a todas as coisas vivas, a Maternidade de todas as coisas vivas - sem excepções.

Despersonalizar-se é ter a coragem de retirar a máscara. Mas, cuidado, porque está bem colada ao rosto e é muito astuciosa, disfarçando-se com disfarce debaixo de disfarce!

Ter alcançado o dom da Despersonalização não significa dizê-lo. Quem fala de si e das alturas que alcançou, é porque ainda não morreu.

Fazer qualquer referência a si própria, mesmo que negativa, é ainda estar bem viva, e da pior forma: com remorso e culpa.

Mas fazer referências elogiosas a si próprio consegue ser ainda pior - é o mesmo que acreditar que lá por uma pedra se ter tornado preciosa, possui mais valor do que a montanha no seio de que se criou.

A Sacerdotisa não fala na primeira pessoa. Deveria pensar em si como “ Ela, a Sacerdotisa “.
A Sacerdotisa que diz: “ Eu fiz! Este mérito é meu! “ acredita absurdamente que em meio de tantas galáxias e ninhos de estrelas, ela consegue criar individualmente.

A Sacerdotisa que diz: “ Eu não sou capaz! Eu não sei fazer melhor “ está a condenar-se a si própria à mediocridade e, pior que isso, está a pedir perdão e a incitar ao reconhecimento de um mérito que disfarça sob uma falsa modéstia.

A Sacerdotisa que, no Sacrifício da Missa ousa usar o privilégio da Homilia para fazer auto-referências, boas ou más, está a desperdiçar a ocasião e a oportunidade que o Mestre lhe dá para acordar os outros, enchendo o ar com palavras de vento, proferidas pela máscara. Nos Ofícios Sagrados é-vos proibido falar de vós mesmas.

É preciso esquecer o que fomos há instantes, para recordar quem seremos daqui a instantes.

Nunca faleis do passado, nem mesmo do mais próximo e mais feliz ou mais traumatizante. Fazendo-o, tentais parar o mundo que quer girar.

O vosso umbigo deve ser o centro do Mundo, ó Sacerdotisas - mas não do vosso mundo particular - de todo o Cosmos Criador, e quem se assume como Umbigo (Omphalus), liberta-se do resto do corpo. Dai o umbigo que sois, ao mundo.

Maria (mater)

Despersonalização

Uma Sacerdotisa há-de despir a personalidade com que foi nascida, para que possa renascer.

Uma Sacerdotisa não possui personalidade, pois que deixou cair todas as máscaras para que a Senhora a tome, assim, renascida, e através dela possa Obrar a Obra Divina - que é a única que a merece.

Uma Sacerdotisa não se reserva para si própria, e dá-se, dá-se sempre, numa infinita alegria de se dar, até que nas mãos vazias não fique mais que a Luz brilhante da ausência de si própria. Com essa Luz, uma Sacerdotisa pode curar e regenerar até o mundo inteiro.

Uma Sacerdotisa constrói lentamente as suas asas, para que de mulher se torne em anjo, e de carne se torne em puro ar e pura névoa...

Maria (mater)

Rendição (comentário)

A rendição ao Destino constitui a mais alta forma de liberdade para o ser - pois que o Destino foi por ele próprio traçado durante a vida antenatal. Quem se rende ao Destino, rende-se pois, não a um poder impositivo, mas a si próprio.

Rendição não é subjugação - é o reconhecimento de um Poder que nos é Superior. No caso do Ser, o reconhecimento da ascendência do Espírito sobre a personalidade, pois que quem escolhe o Destino da personalidade é o Espírito, durante a vida antenatal, como se disse.

Nunca o Mestre vos dirá: Subjugai-vos ao vosso Destino, mas antes, rendei-vos a ele, como a alma se rende perante a beleza de uma paisagem ou ao voo largo de um pássaro.

Render-se ao destino é querer aquilo que Deus quer - que maior glória?

Se dizeis não conhecer o vosso Destino, meditai sobre ele - pois que está traçado nas linhas de força que constituem a vossa Alma, nas linhas desenhadas sobre a palma das vossas mãos e no mapa que se desenhou no céu no momento do vosso nascimento físico. Tudo são sinais do mesmo Poder.

Não digais que vos podeis enganar, pois quem ouve o seu Eu mais profundo, nunca se engana. Enganais-vos porque apenas escutais essa voz insidiosa dos vossos desejos.
E como podeis conhecer a diferença entre a voz do Eu e a voz da personalidade? Não há engano possível: o Eu fala-vos de Altruísmo e Serviço ao Próximo: a Personalidade fala-vos de Egoísmo e de Serviço Pessoal.

O Destino inclui sempre uma tónica de Serviço, pois o Espírito que o ditou é perfeito e, conhecendo o Plano Universal, colabora com ele e jamais se lhe opõe.

Por vezes acontece que, apesar de ser altruísta, o Destino está errado, pois a sintonia entre o Eu e a Personalidade se tornou difícil e esta interpreta mal as mensagens recebidas. Como o sabereis?

O Destino está errado quando gera insatisfação interior, tristeza e dor. O Destino certo pode gerar dificuldade e sofrimento, mas nunca Tristeza, Dor e Insatisfação na alma.

Quem se rende ao seu verdadeiro Destino mergulha na beatitude cósmica, por mais árdua que a tarefa seja! Por maior renúncia que exija! Por maior sofrimento que implique!

Sofrimento e Dor são coisas distintas: Sofrimento é consequência da rendição ao Destino. Dor é consequência da fuga ao mesmo. Dói-nos porque rejeitamos. Sofremos porque assumimos.

A Dor é o método usado pelos Senhores do Destino, para nos ajudar a conhecê-lo ; o Sofrimento é consequência da Iniciação que ele implica.

A Dor destrói a trama sensível da alma, tal como o fogo destrói a carne ; o Sofrimento fortifica e enobrece a alma, tal como a Vontade disciplina o corpo.

Dor e Sofrimento caminham de mãos dadas. A Dor, porém, é eliminada quando se assume o Destino. Quanto ao Sofrimento, é inerente a toda a manifestação material.

O Cristo IESUS assumiu no Seu Dharma (Destino) o Sofrimento Universal. Ele é o Senhor do Sofrimento e da Libertação através do Sofrimento.

O mais elevado expoente de Sofrimento é simbolizado pela penetração dos Veículos de Cristo no corpo físico do Planeta.

Deus, na Sua terceira esfera manifestativa, é a Senhora - A que se auto-sacrifica emanando uma parte que cede de Si Própria, para o mistério da Criação. Que assim o façam desde já as Suas Sacerdotisas.

Maria (mater)

Rendição

Uma Sacerdotisa não pode querer controlar o seu Destino, pois que o Destino lhe não pertence, mas Àquele que a mandou, para que servisse o Senhor dos Mundos.

Uma Sacerdotisa não pode querer que o Destino se conforme com os seus desejos, mas há-de compreender que será ela quem terá de desejar o que o Destino lhe pede.

Uma Sacerdotisa assume o Destino - pois que fora dele não existe Ser nem realização!

Maria (mater)

Suavidade (comentário)

A agressividade nasce de uma alma prisioneira de si própria - quem está livre não agride. A agressividade é o mais pestilento fruto da revolta - porque não é mais que angústia que não se consciencializa, não se assume e não se enfrenta.

E lembra, ó Sacerdotisa! A Inconsciência é o único pecado!

A suavidade, ao contrário, nasce da consciência de que tudo está bem no universo - mesmo aquilo que parece estar mal. Suavidade é resignação e nasce da confiança. Esta não julga o motor de todos os acontecimentos - Deus. Não se atreve a tal. Por isso é que o agressivo é orgulhoso: permite-se julgar o que não pode ser julgado e avaliar o que não pode ser avaliado.

A suavidade caminha pelo universo de mão dada com a música: a Harmonia perfeita. Tudo o mais não passa de engano e ruído.

Muitos se envaidecem tomando poses para que os julguem verdadeiros aristocratas. Falam baixo e imitam em seus gestos estudados os gestos simples e espontâneos da Suavidade. Porém, bastará um pequeno desaire, uma pequena pedra no caminho e logo se revelará a mentira construída.

Sabe, ó Sacerdotisa! Terás de renascer de uma nova e Verdadeira Aristocracia, sem pose e sem mentira - a da Suavidade engendrada na Pobreza, no Despojamento e na Humildade, em suma, terás de renascer da Liberdade!

Agressividade e stress são o par maléfico da destruição. O stress é uma mentira inventada pelo demónio: a de que o tempo falta. Não saberás tu que o Tempo é a vestimenta da Eternidade?

E com esses falsos argumentos vos engana a sombra, e vos enfeitiça para que não possais ver a eternidade que existe em tudo.

Começa pois a ver o Tempo como Infinito e acalma o teu coração. E toda a acção terá para ti a dimensão do momento que é o Tempo Eterno.

Maria (mater)

Suavidade

Uma Sacerdotisa é suave como a música das esferas. É calma como as fontes murmurantes. Límpida e translúcida como a claridade que desponta por entre os montes, no alvorecer...

Uma Sacerdotisa nunca se apressa, pois não cede ao stress. Ela conhece o valor inestimável de cada instante, que sabe fazer valer uma eternidade.

Os seus gestos são ritualizados e plenos de sentido.

Ela tem sempre tempo, pois no tempo se move com à-vontade e graça, e dançam à sua volta, para quem os sabe ver, os gnomos e as fadas...

Maria (mater)

Despojamento (comentário)

A posse não existe, somente a ilusão da posse!

No rio da vida, todas as coisas e seres correm da nascente para a foz. Não existe meio de as deter permanentemente.

O desejo de posse é a marca do trauma de insegurança. É a mais profunda raiz de toda a dor. Não aspires a possuir e toda a tua dor cessará!

Porque sobes ao pedestal instável dos donos? Não te bastarás a ti própria? O Mestre não te bastará? Lembra: Ele é a tua única posse legítima, aquela que conquistaste a pulso da alma. Alegra-te, pois!

Abre-te ao mundo com tudo o que és, com tudo o que possuis - e o Universo virá até ti, pois o Universo dá-se apenas aos seres livres.

Só aquele que não aspira a possuir, possui realmente tudo, pois nele não há desejo, e aceita a dádiva da vida indestrutível como a única posse real.

Só a vida foi oferecida por Deus como a única posse verdadeira, pois que nunca se destrói, até aos confins dos tempos, mesmo até ao caos!

Os teus filhos não são teus filhos, mas todos os filhos são teus filhos, ó Sacerdotisa, apenas porque agora és verdadeiramente Mãe!

Os teus bens não são teus bens, mas a herança da terra é a tua herança e o teu direito, pois que é a herança e o direito de toda a criatura.

Nada negues aos outros daquilo que possuis - é a única forma de te redimires do acto de posse e de finalmente liberares esse karma.

Recebe tudo, não possuas nada. Tudo o que recebes é uma dádiva - também o sofrimento (sobretudo o sofrimento!).

Ora assim: «Senhor, eu te agradeço por tudo o que me dás, e eu te agradeço por tudo o que não me dás, pois só Tu, Senhor, és a justa medida! Assim seja!»

Um dia tudo te será tirado, tu que vieste para assistir à queima de toda a escória - esse grande ritual! Nesse dia todos os pássaros do céu, todos os bichos da terra e todos os peixes do mar te cantarão um hino de liberdade! Nesse dia eu estarei presente, será o dia do Mestre e do Discípulo - o dia do nosso enlace!

Caminha pelas veredas da terra, descalça e nua e encontrarás a Santa Pobreza que te ensinará o caminho para o céu!

Recebe tudo em ti, mas deixa que tudo o que recebes permaneça livre para poder voltar para o seu dono.

A Lei Universal diz: quem dá aos pobres torna-se abastado! Quem são os pobres? Todos os que estão carentes de pão para o corpo e de amor para a alma. Como os distinguirás? Dá a todos - o Senhor escolherá por ti.

Sê como um saco de duas aberturas: tudo o que entra por uma, escoa-se pela outra.
Quando já nada possuíres, renuncia também a ti própria. Só então te tornarás Pontifex: Construtora de Pontes. Liberta e liberta-te - é a Lei!

Maria (mater)

Despojamento

Uma Sacerdotisa não pode ser dominadora nem possessiva. Não busca a que alguma coisa lhe pertença, pois a si própria se não pertence. Recusa a posse como a árvore recusa possuir os frutos que gera no seu seio, para os outros... ou a terra se recusa a possuir as flores para que todos se deliciem com a sua cor e o seu perfume, ou os grãos de cereal com que alimenta o mundo...

Uma Sacerdotisa não detém uma força no seu percurso um homem no seu caminho, uma criança na sua liberdade - pois o mundo caminha para a frente e não para trás, e querer parar uma seta na sua trajectória, é ficar com as mãos ensanguentadas e destruir uma luz pura que antes caminhava sobre o horizonte.

Uma Sacerdotisa não pretende modelar os destinos alheios, ainda que por amor. Submete-se ao Cosmos com humildade, aceitando os grãos de luz que lhe caiem no regaço.

Uma Sacerdotisa não possui.

Maria (mater)

Misticismo (comentário)

Houve tempos em que o homem sacralizava os lugares que habitava, pois tinha a consciência de que essa atitude o diferençava dos seus irmãos animais e o aproximava mais dos seus Mestres - os Anjos.

Hoje a humanidade perdeu o sentido do sagrado e, por isso, da atitude anterior, apenas restou a forma degradada do luxo e muitas vezes do mau gosto. Tal como as palavras do homem já não contêm os germes da criatividade nem são envolvidas pelos diáfanos véus da aristocracia espiritual, também as casas dos homens deixaram de ser Templos e tornaram-se simples lugares de preguiça para a alma que chora.

Ainda que esgotes o teu corpo com milhentas e úteis actividades domésticas, se não houver espaço reservado para a actividade da alma, estarás a destruir os germes da tua própria sobrevivência - e não habitarás senão em mais um lugar sem nexo!

O Templo é o teu lugar e tu serás um dia o lugar do Templo, minha Pomba Azul!

Cada milímetro do Templo foi sacralizado pelo sangue que lhe entregaste, quando te entregaste ao Sacerdócio! Por isso nele habita o Mestre e a Senhora habita: o seu quadrante ocidental sendo repleto da Luz Azul do fim do dia.

Também tu virás a ser o Lugar Ocidental aonde a barca que transporta a alma conduzirá os irmãos à sua luminosa morada derradeira.

No Templo a natureza suspende a sua respiração para ouvir a voz dos filhos da Luz que se ergue calma como um Anjo de Sol Sagrado.

No Templo, janela quer dizer janela e porta, porta, e não existem mais sofismas para alimentar os labirintos do concreto pensamento.

O Místico é aquele que olhou o mistério de frente, sem pestanejar e se constituiu como um intermediário entre o segredo e os outros homens. O Místico não cessará jamais de velar, revelando.

Sem Misticismo não serás uma Sacerdotisa, mas uma simples pose vazia. Sem revelares, não serás mística, por isso o Mestre te exorta a que fales.

Quem tem o Templo dentro de si, nada mais tem dentro de si. Por isso os outros te verão vazia, e assim deverá ser, pois só a quem está vazio o Espírito pode preencher!

Que o Templo não seja conspurcado! Ou tu própria te tornarás conspurcada!

Entrar no Templo é penetrar num lugar Sem Tempo, ou de Tempo Total. Cuidado! Porque se estiveres tocada pelo vício, perder-te-ás nessa outra dimensão, e dela só poderás regressar pela loucura e pela inversão da força!

Nenhum Poder é maior que o Poder da Sacerdotisa ordenada pelo Mestre e habitando o Templo da Luz: não lhe tocarão, tocando-a. Vendo-a, não a verão. Não a escutando, escutá-la-ão!

Entra no Templo, Sacerdotisa! Entra no templo! E deixa que o Rei da Ilha Encoberta te possua com o Seu Fogo Iniciador.

Maria (mater)

Misticismo

Uma Sacerdotisa põe acima de si o Templo. Ele é a sua casa e só nele verdadeiramente vive. Nenhum lugar do mundo, casebre ou palácio é para a Sacerdotisa lugar de maiores delícias que o lugar do Templo.

Uma Sacerdotisa é forte. Nenhuma força exterior a bate, nem nenhuma força interior. Ela se ergue de todas as depressões, de todas as dúvidas e de todas as dores, para ouvir e obedecer à voz do Mestre.

Uma Sacerdotisa é corajosa. Ela enfrenta o mundo com a sua única arma: coragem e persistência. Jamais cede, nem ao mundo nem a si própria, mas apenas à verdade que a transcende.

Maria (mater)

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Humildade (comentário)

A futilidade e a arrogância não entrarão no reino dos céus! Benditos os humildes de coração, pois o seu coração, algures no tempo cósmico, se encontrou com o Coração de Nosso Senhor O Cristo.

O ser fútil ama o supérfluo e o inútil.Que do teu coração, Ó Sacerdotisa, seja expurgada toda a futilidade! Tu, que te ofereceste ao Serviço da Senhora, como ousas almejar àquilo que Ela repudia?

Do nada Ela faz muito! O pouco Ela multiplica! Tu, porém, pegas no muito que te é dado e ao nada da tua vaidade o reduzes, qual predador, abocanhando aqui e ali! Cuidado! Para que sobre ti não caia o pecado do mundo!

Que nunca as Filhas da Senhora se julguem grandes demais para os trabalhos a que são convocadas! Pois é do pó da terra e do seu barro que o corpo constrói outros corpos, e é das almas grandes que as pequenas almas se alimentam. Possas tu ó Sacerdotisa, tomar o pó da terra, e oferecer a tua alma à fome da humanidade que te rodeia.

A humildade de si própria se esquece. Tu, porém, ó Pomba Azul, teimas em manter: Um nome! Uma estrutura mental! Um coração subjugado à tua ideia de mundo!Puderas esquecer o que és para recordar ao que vieste!

Cessar de ser, é encontrar a existência na tua Criadora e ser apenas esse sonho da Mãe, que é adoçar a existência de todas as criaturas, as que merecem e as que não merecem - porque só o Senhor tem a medida, e como pois, poderias tu, pequeno Ser, medir?

Entrega ao Anjo da Espada a ânsia de Justiça, pois que só Ele pode remediar sem destruir! Só Ele pode repor Verdade e Justiça sem apagar do mundo o brilho diáfano da Beleza.

O fútil torna o mais belo percurso inútil! O fútil destrói na raiz da alma a força da Vontade e da Resistência, pois a futilidade amolece toda a disciplina com o canto ilusório da beleza passageira.

E tu, que vieste para transformar matéria em Luz, como ousas ainda vestir o teu corpo à custa dos véus azuis da alma?

Maria (mater)

Humildade

Uma Sacerdotisa não pode ser fútil. Sabe distinguir o fundamental do acessório, o importante do supérfluo e só ao fundamental dedica o seu tempo e a sua vida. Desdenha a vaidade do mundo pela humildade do céu.

Uma Sacerdotisa não se demite dos seus deveres, nem sobrecarrega ombros alheios com as suas cargas próprias.

Uma Sacerdotisa não é frágil, pois que é o corpo e as suas limitações quando o espírito está verdadeiramente presente? Não transforma ele a matéria mais fragilizada, temperando-a de força e tornando-a invencível?

Só a Vontade transforma a matéria em Luz. Só a Vontade dá ao anão a estatura do gigante.

Maria (mater)

Perseverança (comentário)

À mais árdua tarefa, à mais impossível, Sacerdotisa, dirás sim.

Terás de aprender o segredo da «água mole em pedra dura». Não esqueças, és eterna.
Na ausência do tempo, isto é, no tempo permanente que se encontra todo no milésimo de um instante, é que se encontra o segredo da Perseverança.

Porque, correndo sempre, desistes tanto? Melhor fora que não corresses, pois as tuas pernas fizeram-se para andar e o teu coração ama o ritmo e a marcha, não a correria. Não corras mas caminha sempre, ó Peregrina!

Cansa-se quem não caminha ao ritmo do coração. Cansa-se quem não vê o corpo como um templo, quem não o mantém preparado e belo para que nele habite a Divindade. Cansa-se quem abusa. Abusar é infringir a Lei - seja em que plano ou actividade seja. Não te canses, ó Sacerdotisa, para que venha o esposo e te ache bela e revigorante. O teu esposo, ó bela dama, é a Humanidade toda.

O Mundo não pára, o Universo não se detém, caminha, sempre à mesma velocidade. Espiral a espiral se dilata e anda e não sabe para que fim. No último instante de Deus, ainda então, dará o último passo - para a frente e para cima.

Que importa que venha a morte e te colha como um fruto? Pertencerás então ao mundo, farás a tua última dádiva. Que a Divina Ceifeira te não encontre extática e apodrecida!

Quem pára, quem desiste, quem baixa os braços, cede à putrefacção. Na verdade não está parado, pois tendo iniciado um movimento contrário à expansão do Universo, na realidade regride.

Não te detenhas - persevera. E que te não preocupem as metas. Que cada próximo pequeno passo seja a tua próxima grande meta. Empenha-te! Assim, passo a passo, gesto a gesto, conquistarás o Universo inteiro.

A ideia da própria pequenez é a desculpa dos cobardes para se demitirem. Já pensaste na pequenez dos vírus e das glândulas? Quão absurdo seria desprezá-los! Ao dares pequenos passos entrarás na sabedoria do infinitamente pequeno - e alcançarás a compreensão do seu poder.

«Vai em direcção à Visão, em direcção à Visão! Vai em direcção à Visão!», disse o Sábio. O Mestre diz-te: jamais feches os teus olhos!

Persevera! E junta-te ao movimento de expansão universal! Não te detenhas! Sê como o Filho do Homem, que não «tem onde deitar a cabeça», ou como o Espírito do Sol que não tem estações na sua rota.

O Universo todo pulsa sem cessar.Pulsa tu também.

Maria (mater)

Perseverança

Uma Sacerdotisa é perseverante, nunca desiste nem recua, mesmo perante uma grande tempestade.

Uma Sacerdotisa sabe escutar, e encontra sempre a palavra certa para um coração aflito. Ela é ternura e amor. Ela é um baluarte aonde o filho do Homem pode descansar a sua cabeça.

Uma Sacerdotisa é sedutora. As suas palavras encaminham para ela a multidão, despertando-lhe a benevolência... A sua inteligência faz com que lhe seja possível fazer ver rosas aonde só existiam cardos, fazer ver a luz oculta nas maiores trevas e o sonho na maior prosaicidade.

Uma Sacerdotisa vive num mundo de magia e nesse oceano de beleza faz mergulhar aqueles que a rodeiam.

Maria (mater)

Lucidez (comentário)

Tudo é ilusão. Ilusão é a raiz da própria existência. Quando a ilusão cessa, a existência cessa também, e o ente transporta-se para o nível do ser - isto é, regressa a casa.

Ser lúcido não é ter a Luz - é sê-lo! Então luzirás e serás vista em redor, e a distância não terá mais significado para ti, ó Luminosa!

Ser lúcido é sofrer, não é ter dor. Sofre a dor do mundo e compreenderás que tudo está bem contigo.

A inocência da infância é a santa ingenuidade.A inocência do adulto é a santa ignorância.Os santos ingénuos e os santos ignorantes sempre se protegerão a si próprios - porém, nunca ao mundo. É por isso que ingenuidade e ignorância são o meio do caminho no fim do qual se encontra a lucidez. O que significa que ambas são também um estágio a vencer: um estágio de egoísmo e autoprotecção, correspondente a uma época infantil da humanidade.

Que pretendes: protegeres-te ou protegeres? Eis a questão.

Ó Santa Mãe Consoladora!Mãe Protectora!Desce sobre as minhas Sacerdotisas
Para que participem da Tua Luz!

Vai em caminho às estrelas, em caminho às estrelas - sê lúcida! Tu cujo corpo é corpo do país da lucidez! Luze!

A visão é a mais preciosa auxiliar do discernimento. Vê tudo: só depois analisa, para que possas compreender.

Nada mais triste do que uma mente preconceituosa, pois é cega, e uma mente cega não tem luz, vive na sombra!

Maria (mater)

Lucidez

Uma sacerdotisa não pode ser inconsciente. Os seus olhos e a sua alma estão sempre atentos e não confunde luz com sombras.

Uma Sacerdotisa não pode ser envolvida nas ilusões de Maya, a cada passo.

Uma Sacerdotisa é pura, mas não ingénua nem inocente, pois a ingenuidade e a inocência são apanágio das crianças - e uma Sacerdotisa não é infantil, mas antes porta a maturidade que em si porta a Sabedoria.

Pois que seria do rebanho se o pastor fosse ingénuo perante as artimanhas da ovelha que quer fugir para se perder no deserto árido? Ou fosse inocente perante o lobo que vestiu a pele de cordeiro e assim se infiltrou entre as ovelhas para as devorar?

Maria (mater)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Os 4 pecados materiais

O teu maior pecado é julgares!
O teu segundo pecado é não sorrires ao mundo com o coração!
O teu terceiro pecado é não estares disponível e entregares-Me apenas as sobras do teu tempo e do teu amor!
O teu quarto pecado é não seres livre!

POR AGORA DIREI BASTA!
OU ME SEGUES OU NÃO ME SEGUES!
OU ME QUERES OU NÃO ME QUERERÁS MAIS!

Maria (mater)

Generosidade (comentário)

A Taça é na sua realidade mais profunda o próprio Símbolo da Generosidade, pois que foi concebida pela Deusa como representação daquelas e daqueles que se esvaziaram para que o Amor da Senhora os encha.

Ora pois, como é possível que as que guardam a Taça, que a erguem perante o altar do Mestre e perante o altar do seu próprio coração, ainda se encontrem tão cheias de egoísmo e indiferença? Negar-se-ão a si próprias?

Em verdade vos digo: é grande a infracção daquela que toma em suas mãos o Símbolo Sagrado sem que se torne no próprio Símbolo!

Como olharia Isabel de frente? Não é Ela a Beleza de Ísis, a Isisbela? Não é Ela o «Vero Graal da Generosidade»? Como se olharia a si própria de frente?
Olha-te por dentro - tu que tão altas ideias tens acerca de ti própria!
O Símbolo nunca é exterior a quem o manipula.

Não existe tal coisa como uma Sacerdotisa erguendo um Símbolo!
Não há um ser que toma um Símbolo, de um lado, e o Símbolo do outro lado. A identificação ou é Total, ou não há Sagrado, mas hipocrisia.

Que o Serviço nunca seja analisado como se analisa um cesto de maçãs para separar as sãs das podres! Quem ousará dizer: esta criatura deve ser servida, aquela outra não deve! Esta criatura é pura, aquela outra é impura! Eu sou superior a esta, eu sou inferior àquela. A esta eu não servirei, a esta estou disposta a servir!?
Como o saberás? Serve a todos, como faz a Deusa, que entrou na maldição do tempo para dar o seu próprio corpo a santos e a malfeitores!

Que te dispas da loucura humana, ó Servidora! Que te possas dissolver!

Maria (mater)

Generosidade

Uma sacerdotisa é generosa. Não tem vida própria, pois a si própria se não pertence, mas ao Mestre a Quem segue.

Uma Sacerdotisa está sempre disponível para os outros, sejam eles quem forem... todos sabem que podem contar com ela.

Uma Sacerdotisa é doce, as suas palavras são como o mel, o seu rosto é um lago de paz para quem a procura. Tem a simplicidade de uma serva e a dignidade de uma rainha. Ela é uma princesa que guarda o tesouro da humanidade - o Santo Graal.

Maria (mater)