quarta-feira, 1 de junho de 2011

À medida do homem


Graças a deus (parece confuso mas não é) temos um deus à medida do homem, da sua obra, da sua fé. Um deus onde cada homem cabe, onde se pode e deve exprimir, onde a sua relatividade encontra o ponto de encontro com a totalidade, sem nesta se perder.

Isto, esta relação de equilíbrio entre a célula e o organismo, é que me parece extraordinária. Depois, a compreensão de todos os fenómenos de interacção, verdadeiramente importantes de entender já que, se o conseguirmos, abrimos caminho a uma espécie de nova epifania onde o imensamente pequeno e grande se fundem sem nenhum deles perder a sua ordem de grandeza.

Deus não é um milagre abstracto. É, ao contrário, a vida em toda a sua multi-dimensionalidade. Sendo ao mesmo tempo o espaço e o tempo em que tudo se encontra, mistura, funde, nasce e renasce, dando lugar a um número infinito de possibilidades através das quais a criatura refaz a aparência da realidade criando a sua própria alternativa. Um dia, inevitavelmente, a sua própria criação.

E assim, quase sem darmos conta, regressamos ao ponto de partida e tomamos o lugar de deus. Depois, depois é fazer o que ele fez sempre: ir à aventura a descobrir o ilimitado da consciência, da inteligência, e sobretudo do amor. Porque na verdade, o conceito de deus pode ter limites, mas a vida não os tem. Mais uma vez: graças a deus!

19 de Maio de 2011
JC

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