quinta-feira, 9 de junho de 2011
Os mundos misturam-se
A percepção mais não faz quase sempre do que confundir-nos. E se é verdade que sem ela e os sentidos físicos (e psíquicos) a que se encontra ligada, pouco poderíamos entender do mundo e menos ainda agir sobre ele e sobre a vida, também é verdade que a nossa acção está eivada de distorção e de irrealidade precisamente porque a percepção vem distorcida.
O mundo é diverso na forma e mais ainda nas energias subtis que o configuram. Mas porque nada disto entendemos e, ao contrário, tudo temos feito no sentido de o restringir e limitar a um dado conceito, esta visão rejeitamo-la e em lugar de nos situarmos no ponto de convergência das forças (mas onde o processo sendo uno é caótico), optamos pela periferia e por esses lugares (ou dimensões) onde a energia e o tempo se condensaram produzindo uma matéria quase inerte e um tipo de consciência quase larvar.
Padronizamos a realidade para assim termos forma de a manipular. Esta forma estereotipada de viver e perceber, tem criado milhões de mundos fechados e tem conduzido ao choque permanente de povos, de culturas, e de conceitos. Sendo verdade que apesar de partilharmos o mundo e seus recursos, cada um o vive e faz desses recursos o que a sua escala de valores, toda ela intimista, lhe diz ser a verdade.
A verdade, no entanto, não se deixa capturar. E apesar de cada povo estar convencido da veracidade que lhe assiste, o que legitima a imposição a outros, na realidade ninguém se pode outorgar direitos sobre terceiros, muito menos quando estes se regem por padrões diferentes.
Tudo se passa como se cada povo tivesse adoptado um conjunto de referências (ou quadros mentais) de raiz psicológica profunda, a partir das quais organizasse o seu imaginário, a sua escala de valores, o seu destino.
Hoje, misturadas que estão as formas de ver o mundo (sobretudo a partir da expansão cultural do Ocidente), sobressaem menos as dicotomias e somos até levados à ideia de que as distinções se esbateram ou anularam. No entanto, basta penetrar no íntimo das culturas orientais, para percebermos que a visão superficial de uma aparente unidade não resiste a um estudo mais profundo.
Esta diversidade não se explica apenas pelas condições naturais das regiões em que os diversos povos têm vivido. Mais provável é haver, na origem do fenómeno, uma origem racial ou cultural diferente. Ou seja: ter sido a pátria original de cada povo, provavelmente situada em constelações distintas, a fazer a diferença.
Assume-se desde há muito que o povoamento do planeta (como de todos os outros) se fez por levas sucessivas de emigrantes vindos de diversas partes do cosmos. Esta origem escalonada no tempo explica duas coisas: a origem das raças e a incapacidade de entendimento e miscigenação.
Considerou o ocultismo atribuir a cada raça uma determinada época onde a sua cultura teria prevalecido. Esta afirmação devemo-la ler numa dimensão mais vasta: a sua prevalência deveu-se, não apenas a factores espirituais (únicos que o ocultismo valorizou) mas também e sobretudo ao facto de cada povo, chegado à Terra, deter ainda a sua cultura e estar na posse da sua tecnologia. Esta condição, que outros vindos anteriormente provavelmente já não possuiriam, dava a cada novo grupo o predomínio e a capacidade de se tornar numa espécie de centro cultural e espiritual ordenador da sua época.
Podendo-se desta forma, e conhecendo-se a época em que cada raça prevaleceu, estabelecer com alguma exactidão o momento da sua chegada e a sua localização original sobre o planeta.
Amarna, Verão de 2003
JC
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