quarta-feira, 1 de junho de 2011

Europa Comunitária


Ocorre-me que tentamos demasiado ser iguais a toda a gente, logo desiguais de nós próprios. As consequências são inevitáveis: um mal-estar permanente e uma incapacidade de nos colarmos aos outros. Logo, uma falcatrua.

Penso nisto a propósito desta Europa comunitária onde cada povo ou nação se tenta moldar a um modelo de desenvolvimento criado a pensar numa globalização onde cada um se perde inevitavelmente.

Ganhando-se porventura uma identidade maior fruto da soma de todos. Espécie de federalismo de culturas díspares, de interesses na verdade divergentes, de línguas que não se casam excepto por obrigação de se casarem.

De comum, na verdade, apenas a cobiça de uma riqueza monetária ou financeira esgrimida como moeda de troca pela perda das soberanias.

É bom, é mau? Deus é que sabe para onde estes povos, antigas tribos que na guerra encontravam a sua razão de ser, hoje nações que tentam a aventura da solidariedade, caminham. E se é por bem ou na verdade por um erro imenso.

Nós não! Nós erguemos as mãos, talvez também o coração, a fé evidentemente, como quem ergue uma bandeira desfraldada ao vento. E esperamos, numa humildade imensa, que o sacrifício do que somos enquanto pessoas, povos, esperanças, sirva, não os interesses de alguns, mas a salvação de todos.

Setúbal, 12 de Maio de 2010
JC

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